quarta-feira, 22 de abril de 2009

A Conquista da Honra

“A Conquista da Honra” o diretor de obras-primas como “Os Imperdoáveis” e “Menina de Ouro”, Clint Eastwood critica duramente a indústria da guerra norte-americana, atacando justamente a figura mais querida na terra do Tio Sam, a do herói de guerra. Apesar de desmitificar a noção de herói norte-americano, Eastwood, apresentando-se como um humanista convicto, trata seus personagens com muito carinho e respeito.É impossível falar de “A Conquista da Honra” sem mencionar “Cartas de Iwo Jima” que é ainda mais brilhante. Os dois filmes apresentam prismas diferentes de uma mesma batalha. Quando todos acreditavam que não faltava nada para o cinema mostrar sobre a Segunda Guerra Mundial, Eastwood prova, com dois filmes, que muita coisa aconteceu além das fronteiras de Hitler. Mas as cenas de ação não são o ponto forte do filme de Clint, ao contrário do de Steven. O que realmente importa são as conseqüências da batalha, para aqueles que lutaram e para aqueles que assistiam de longe.Poucas vezes na história da humanidade a frase “uma imagem vale mais do que mil palavras” foi tão bem enquadrada quanto na batalha de Iwo Jima. Durante a mesma, o fotógrafo Joe Rosenthal tirou uma foto de soldados americanos erguendo a bandeira em solo japonês. Este simples ato patriótico encantou a população dos Estados Unidos e foi usado pelo governo para arrecadar fundos para a guerra. Os soldados da foto foram levados de volta para os EUA. “Havia algo naquela fotografia. Ninguém sabe exatamente o que ela representa - talvez seja apenas uma foto de homens levantando um mastro; talvez seja assim que os seis homens da fotografia vejam a si mesmos. Mas, em 1945, aquilo representava um esforço de guerra. Como um contraponto a uma das mais sangrentas batalhas da guerra, a fotografia simbolizava o que estava em jogo, aquilo por que eles estavam lutando. E quando se descobre o que aconteceu com aqueles rapazes, como foram retirados dos campos de batalha, levados para casa, para fazer viagens promocionais, isso causa um jogo de emoções complexas.
Indicado ao Oscar de melhor som e melhor edição de som, “A Conquista da Honra” promete se sair melhor nas bilheterias de outros países. Com uma bela e minimalista trilha sonora composta por Clint, o filme foi rodado nos Estados Unidos, no Japão e na Islândia. Como o governo japonês não autorizou as filmagens das cenas de batalha na ilha de Iwo Jima, cujo solo é considerado sagrado, Eastwood foi obrigado a levar sua equipe para Islândia, onde aproveitaram as praias de areias negras para rodar as magníficas seqüências de ação.Sem perder a oportunidade de tratar outros temas importantes, como o preconceito, através do personagem com origem indígena, o filme mostra que aos 76 anos Eastewood está no melhor de sua forma.
Não deixe de ver “A Conquista da Honra” e “Cartas de Iwo Jima”. Os filmes funcionam individualmente, então se quiser ver só um vai gostar. Mas não faça isso, não perca a oportunidade única na história de Hollywood de se conferir duas perspectivas sobre a mesma batalha, mostrando inclusive pontos de vista diferentes sobre uma mesma cena.Ao contrário dos habituais filmes de guerra, aqui não existem mocinhos e bandidos. Não existem vencedores e perdedores. Existem homens que tiveram suas vidas abaladas pelos efeitos da guerra.



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