quarta-feira, 29 de abril de 2009

KRULL


Em uma era não determinada, no longínquo planeta Krull, a paz do planeta será selada com o casamento das duas mais importantes famílias reais. O jovem príncipe Colwyn vai casar com a linda (lógico) princesa Liza. O problema é que uma entidade vinda do espaço chamada A Besta rouba a princesa em plena cerimônia de casamento e leva-a para sua espaçonave, a Fortaleza Negra, que a cada vinte e quatro horas muda de lugar.
Para salvá-la, Colwyn precisa encontrar uma arma mítica chamada Glaive e com a ajuda de um eclético bando que vai encontrando no caminho, penetrar na Fortaleza Negra e derrotar A Besta. Para isso, além de enfrentar os estranhos seres que formam o exército da Besta, terá que enfrentar os perigos do próprio planeta e ainda encontrar a escorregadia Fortaleza Negra.
É fácil reconhecer uma referência aos “Sete samurais”, de Kurosawa, mas “Krull” vai muito além disso. A mítica Glaive é uma clara referência à espada Excalibur do rei Artur, não faltando também adivinhos e feiticeiras para ajudar ou atrapalhar a busca de Colwyn.
Um dos grandes personagens do filme é Rell, o ciclope, o lendário gigante de um olho só, inimigo mortal da Besta. O contraponto humorístico é dado por um aprendiz de feiticeiro atrapalhado e arrogante que vive se metendo em confusões graças a suas mágicas erradas.
Algumas cenas do filme são memoráveis, como a cavalgada com os “cavalos de fogo”, capazes de viajar mil léguas num único dia! O interior da Fortaleza Negra é de um surrealismo tal, que não duvidaria se os cenários tivessem sido assinados por Salvador Dali em pessoa...
Embora com atuação impecável, o elenco é composto por nomes pouco conhecidos, salvo o irlandês Liam Neeson, ainda em começo de carreira. Imagine que é um dos amigos do príncipe que morre logo que entram na Fortaleza Negra. Ainda estavam longe os dias de sucesso com “Nell” e “A Lista de Schindler”...
“Krull” é uma bonita fábula destinada aos que ainda não perderam a alma de criança. É a vitória do amor, amizade e das virtudes sobre bestialização massificante a que somos submetidos, transformando-nos num exército de autômatos, vazios e sem almas. É bom ver um filme assim e sentir que ainda existe esperança para a humanidade. Assista com seu filho e curta bem este momento. Vai ver que valerá à pena.
Muita gente talvez não saiba, mas o gênero ficção-científica também engloba as histórias de fantasia. São aquelas histórias com magos, duendes, fadas, gnomos, feiticeiros e muitas, muitas lutas de espada. Nos states isso é chamado Sword & sorcerer, que seria mais ou menos “espada e feitiçaria”. O que separa os contos de fadas puros do que poderíamos juntar ao bolo da ficção científica vai depender de como é apresentado o conjunto da história. Lembram de “Star Wars”? Tem luta de espadas ( laser) e algum tipo de feitiçaria (o que é a tal “força” afinal?). Talvez um pouco mais pé-no-chão seja o filme “Krull”, de 1983.

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