segunda-feira, 27 de abril de 2009

Rota 66


Rota 66 - A Historia da Policia que Mata é uma obra do jornalista Caco Barcellos. O livro ganhou o Prêmio Jabuti na categoria Reportagem em 1993.
O livro trata do assassinato de um grupo de jovens de classe média de São Paulo depois de um mal entendido, um pré julgamento errado e uma perseguição policial. A partir deste ponto o fato se torna o elo de ligação entre tantos outros assassinatos sem explicação realizados pela policia militar.
O livro mescla realidades. A do jornalista em busca dos fatos e as milhares de histórias de violência policial na grande São Paulo. Uma pequena história que desencadeia uma quantidade assustadora de casos semelhantes onde a policia atira antes de perguntar.
O livro / reportagem de Caco Barcellos, além de buscar transcrever a realidade, mostra também um pouco do dia a dia do repórter investigativo. Em sua busca pelos casos semelhantes ao do Rota 66, o repórter narra sua investigação em lugares pouco agradáveis para maioria das pessoas. Entre pilhas de jornais e documentos em um escritório até madrugadas inteiras dentro de uma espécie de almoxarifado de um necrotério. A narrativa também ressalta anotações e um árduo trabalho de pesquisa em jornais locais, documentos e entrevistas acompanhados dos comentários do jornalista.
O livro traz duas historias que atraem o leitor: a primeira o fato em si. A realidade que na maioria das vezes é camuflada pelos órgãos públicos. A policia, que muitas vezes, é corrupta e sanguinária. O uso inadequado do poder. A violência pela violência. Citando nomes e desmascarando a impunidade desses servidores da sociedade que servem apenas a si mesmo desconsiderando a vida alheia. Para o sistema pobre é indigente sem família. O olhar critico de uma sociedade regrada pela falta de bom senso e despreparo da pessoa pública da policia. Do outro lado o trabalho fascinante de um jornalista. A narrativa rápida envolve o leitor desde os primeiros parágrafos.

Um comentário:

  1. Um livro que deve fazer parte da biblioteca de todo jornalista. Leitura instigante somada ao admirável trabalho do Caco. =)

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